BELCHIOR O CANTOR DE UMA HISTÓRIA

https://youtu.be/dGzXuHr9uf0

Belchior
Belchior em 2004
Informação geral
Nome completoAntônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes
Nascimento26 de outubro de 1946
Local de nascimentoSobralCeará
Brasil
Data de morte29 de abril de 2017 (70 anos)
Local de morteSanta Cruz do SulRio Grande do Sul
Gênero(s)MPBrockblues
Instrumento(s)vocalviolão
Período em atividade1965–2017
Gravadora(s)ContinentalPolygramWarnerBMG
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, conhecido simplesmente como Belchior (Sobral26 de outubro de 1946 – Santa Cruz do Sul29 de abril de 2017), foi um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Índice

CarreiraEditar

Durante sua infância, no Ceará, foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acácio Halley. Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela MariaCauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral. Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como FagnerEdnardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará[1].
De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.
Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa coloridaComo nossos pais, que depois foram regravadas por Elis Regina e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa) e Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues). Em 1979 no LP Era uma Vez um Homem e Seu Tempo (Warner) gravou Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon), também gravada pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vício elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.

ControvérsiasEditar

Em 2005, Belchior deixou a então mulher Ângela para viver com Edna Prometheu, depois de conhecê-la no ateliê do amigo comum Aldemir Martins. Posteriormente Belchior deixou de fazer shows e abandonou bens pessoais. Enfrentou processos judiciais relacionados a pensões alimentícias de duas filhas e um processo trabalhista. Devido a esses processos, Belchior teve suas contas bancárias bloqueadas e estava impedido de retirar o dinheiro relativo aos direitos de suas músicas. O cantor se encontrava em Porto Alegre, onde morou em hotéis, casas de fãs e mesmo em uma instituição de caridade.[2]
Em 2009 a Rede Globo noticiou um suposto desaparecimento do cantor. Segundo a emissora, Belchior havia sido visto pela última vez em abril de 2009, ao participar de um show do cantor tropicalista Tom Zé, realizado em Brasília.[3] Turistas brasileiros afirmam terem-no encontrado no Uruguai em julho do mesmo ano[4]. As suspeitas foram confirmadas quando Belchior foi encontrado no Uruguai, de onde concedeu entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo[5]. Na entrevista, o cantor revelou que não havia desaparecido e estava preparando, além de um disco de canções inéditas, o lançamento de todas as suas canções também em espanhol.
Em 2012 ele novamente desapareceu, juntamente com a sua mulher, de um hotel 4 estrelas na cidade de Artigas, no Uruguai. Deixou para trás uma dívida de diárias e pertences pessoais.[6] Ao ser identificado passeando por Porto Alegre afirmou que as noticias sobre a dívida no Uruguai não seriam verdadeiras.[7]

DiscografiaEditar

  • 1971 - Na Hora do Almoço (Copacabana - Compacto)
  • 1973 - Sorry, Baby (Copacabana - Compacto)
  • 1974 - Mote e Glosa (Continental - LP/K7)
  • 1976 - Alucinação (Polygram - LP/CD/K7)
  • 1977 - Coração Selvagem (Warner - LP/CD/K7)
  • 1978 - Todos os Sentidos (Warner - LP/CD/K7)
  • 1978 - Pop Brasil (Warner Music / WEA)
  • 1979 - Era uma Vez um Homem e Seu Tempo (Warner - LP/CD/K7)
  • 1980 - Objeto Direto (Warner - LP)
  • 1982 - Paraíso (Warner - LP)
  • 1984 - Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon - LP)
  • 1986 - Um Show: 10 Anos de Sucesso (Continental - LP)
  • 1987 - Melodrama (Polygram - LP/K7)
  • 1988 - Elogio da Loucura (Polygram - LP/K7)
  • 1990 - Projeto Fanzine (Polygram - LP/K7)
  • 1991 - Divina Comédia Humana (MoviePlay - CD)
  • 1991 - Acústico (Arlequim Discos - CD)
  • 1993 - Baihuno (MoviePlay - CD)
  • 1995 - Um Concerto Bárbaro: Acústico ao Vivo (Universal Music - CD)
  • 1996 - Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas - CD)
  • 1999 - Autorretrato (BMG - CD)
  • 2002 - Pessoal do Ceará (Continental / Warner - CD)
  • 2008 - Sempre (Som Livre - CD)

Participações especiaisEditar

MorteEditar

Belchior morreu em 29 de abril de 2017, aos 70 anos, na cidade de Santa Cruz do Sul.[8] O Governo do Estado do Ceará confirmou sua morte e decretou luto oficial de 3 dias.

Referências

  1.  «Cantor e Compositor belchior». overmundo. Consultado em 1 de abril de 2011
  2.  [1]
  3.  «Belchior deixa dívida de mais de R$ 12 mil em hotel nos Jardins, Fausto Spósito, Época, 27 de agosto de 2009.» 🔗
  4.  «Leitores do G1 contam ter visto Belchior no Uruguai e em várias partes do Brasil, G1, 24 de agosto de 2009.» 🔗
  5.  «Fantástico encontra Belchior no interior do Uruguai, Fantástico, 30 de agosto de 2009.» 🔗
  6.  «Polícia procura Belchior no Uruguai por dívida em hotel, Fantástico, 18 de novembro de 2012.» 🔗
  7.  «"Essa notícia que circula não é verdadeira", diz Belchior, Zero Hora, 21 de novembro de 2012.» 🔗
  8.  «Cantor e compositor Belchior morre no RS»O Povo. 30 de abril de 2017

BibliografiaEditar

  • CARLOS, Josely Teixeira. Muito além de apenas um rapaz latino-americano vindo do interior: investimentos interdiscursivos das canções de Belchior. 2007. 278 p. Dissertação (Mestrado em Linguística - área de concentração Análise do Discurso) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.
  • CARLOS, Josely Teixeira. Fosse um Chico, um Gil, um Caetano: uma análise retórico-discursiva das relações polêmicas na construção da identidade do cancionista Belchior. 686 p. Tese (Doutorado em Letras – área de concentração Análise do Discurso) - Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

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